segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

“A infância é curta e a maturidade é eterna”



Estava pensando hoje em quantas vezes na vida nós queremos mudar a ordem das coisas. Chegar aos 15 anos, depois aos 18 e aí aos 21. Ir pro colegial, e depois pensar que a oitava série era tudo o que você precisava.
Hoje me peguei querendo voltar no tempo. Para uma época onde tudo era mais fácil. Onde a minha única preocupação era a difícil escolha entre uma mochila com rodinha e outra sem. Tudo tão mais simples. Não tinha conta, não tinha imposto. Não tinha o fardo de ser um adulto.
Coisa mais chata, sabe? Como diz o Calvin, aquele do Haroldo, a vida é muito mais divertida quando você não é responsável pelos seus atos.
Lembrei também de quantas pessoas já passaram pela minha vida, e quantas delas não souberam o quanto foram importantes para mim.
É, às vezes a gente tem que dizer isso para as pessoas. Dizer que ama, dizer que gosta, dizer que sente saudades...
Hoje, mais uma vez eu percebi o quanto eu sou ruim em despedidas. Não tenho talento nenhum para isso. Chorei tanto que minha cabeça está latejando até agora. Mas o depois é sempre pior. Fica o vazio, a lembrança.. Resta um monte de coisas que faziam parte da sua rotina e que agora, de uma hora outra, não existem mais.
No meu último dia na faculdade, além da raiva que eu senti do meu orientador (que é um ser humano muito cruel), deu um vazio tremendo. Não ia ter mais Carol, Pedro, Mayra, Cadu, Lica, Sandro, Tardelli, Malandro.. Não ia ter o convívio diário. Os trabalhos, os almoços, e até as aulas que a gente matava. Ninguém mais ia querer me levar no bar e tirar fotos quando eu estivesse com um copo de cerveja na mão. (A graça deles era me ver com o copo, eu quase nem bebia). Quando a cerimônia da colação de grau acabou, eu vi que uma parte da minha vida tinha chegado ao fim. Depois de 20 anos estudando, e me preparando para a vida, era a hora de enfrentá-la.
Eu já tinha um emprego, e tudo fiz foi mantê-lo. Mas aí chegou a hora de ir frente e correr atrás do meu sonho. Mais uma despedida. Depois de tantas que eu já tinha tido ali mesmo. Nossa, como doeu. Chorei um dia inteiro. Mas percebi que ali, naquele momento, eu tinha conseguido deixar claro para as pessoas o quanto elas eram importantes para mim. Recebi um email de despedida que dizia que as manhãs seriam mais tristes sem mim. Vou guardar para sempre. Ganhei abraços, beijos, e até um chinelo..
Hoje, no entanto, o meu desafio é um tanto quanto maior. Eu vou voltar para o lugar de onde os outros foram embora. Para o lugar onde estão as lembranças. Há algumas semanas eu já tinha experimentado a sensação de ver alguém ir embora. E devo dizer, não foi nada agradável. Ainda lembro da carinha dele olhando para mim e dizendo que não ia voltar mais. Lembro dele saindo pela porta e me abraçando, e lembro dos dias que passaram e que me deram a certeza de que ele não iria voltar. Outro dia eu disse para ele que sentia falta, que sentia saudades, e ele respondeu que sabia...
Aí hoje, quando o dia já não estava lá essas coisas, me vem a notícia de que mais um vai embora. Eu não era tão próxima a ele quanto era do outro cara, mas dói mesmo assim. Passado algum tempo, pensei em outro amigo, e desci atrás dele. Puxa, fiquei tão feliz quando ele disse que não estava indo embora. Mas as coisas mudam tão rápido. Quando vi, lá estava eu, me despedindo de mais um..
Já disse que não gosto de despedidas né?!? Todo mundo fica tentando me convencer de que não é um adeus, mas sempre é. É uma parte da sua vida que não volta, uma parte de você que vai embora.. Eu queria todos os meus pedacinhos de volta. Todos eles, sem exceção. Carol, Pedro, Mayra, Lica, Malandro, Cadu, Tardelli, Sandro, This, mamãe Petroni, And, Carol, Dris, Rafa, Shibuya, Cleber, Guedes, e mais um montão de gente que ficou pelo caminho.
Poxa, eu tenho só 24 anos... quantas despedidas mais eu vou ter que aturar?!?!
As pessoas sempre vão embora, não é? Prefiro acreditar que as vezes elas voltam...

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